"Compartilhando Experiências: Superando Desafios e Ampliando Horizontes"

Neste espaço, pode-se escrever as experiências boas e ruins como uma forma de compartilhar nossas dificuldades ao trabalharmos em um país onde as leis e decretos frequentemente não passam do papel. Quando criei este blog, meu objetivo era desabafar a frustração que sentia ao ver tantos alunos em Goiânia sem intérpretes de Libras devido ao descaso do governo. No entanto, logo percebi que poderia ir além e comecei a publicar textos de pessoas que nem conhecia, mas que gostei de ler. Acreditei que compartilhar esse material seria útil para outras pessoas em suas pesquisas. Surpreendentemente, meu blog teve um acesso significativo em pouco tempo, considerando que foi criado em abril de 2011. Gostaria de expressar meu agradecimento a todos que têm visitado este blog. Espero ter ajudado e contribuído de alguma forma. Se você tiver um texto para compartilhar, envie-me, pois eu o postarei, o que também será uma ajuda para mim. E-mail: regisneia@gmail.com

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quarta-feira, 18 de maio de 2011

O Papel do Intérprete de Língua de Sinais, Ética e Qualidades

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O Intérprete de Libras é o profissional que domina a língua de sinais e a língua  falada do país e que é qualificado para desempenhar a função de intérprete. No Brasil, o intérprete deve dominar a língua brasileira de sinais e língua portuguesa. Ele também pode dominar outras línguas, como o inglês, o espanhol, a língua de sinais americana e fazer a interpretação para a língua brasileira de sinais ou vice-versa (por exemplo, conferências internacionais). Além do domínio das línguas no processo de tradução e interpretação, o profissional precisa ter qualificação específica para atuar como tal. Isso significa ter domínio dos processos, dos modelos, das estratégias e técnicas de tradução e interpretação. O profissional intérprete também deve ter formação específica na área de sua atuação (por exemplo, a área da educação). 

Qual o papel do Intérprete?
Realizar a interpretação da língua falada para a língua sinalizada e vice-versa observando os seguintes preceitos éticos:
a) confiabilidade (sigilo profissional);
b) imparcialidade (o intérprete deve ser neutro e não interferir com opiniões próprias);
c) discrição (o intérprete deve estabelecer limites no seu envolvimento durante a atuação).
d) distância profissional ( o profissional intérprete e sua vida pessoal são separados);
e) fidelidade (a interpretação deve ser fiel, o intérprete não pode alterar a informação por querer ajudar ou ter opiniões a respeito de algum assunto, o objetivo da interpretação é passar o que realmente foi dito).

O que acontece quando há carência de profissionais intérpretes?
Quando há carência de intérpretes de língua de sinais, a interação entre surdos e pessoas que desconhecem a língua de sinais fica prejudicada. As implicações disso são, pelo menos as seguintes:
a) os surdos não participam de vários tipos de atividades (sociais, educacionais, culturais e políticas);
b) os surdos não conseguem avançar em termos educacionais;
c) os surdos ficam desmotivados a participarem de encontros reuniões, etc.
d) os surdos não têm acesso às discussões e informações veiculadas na língua falada sendo, portanto, excluído da interação social, cultural e política sem direito ao exercício de sua cidadania;
e) os surdos não se fazem "ouvir";
f) os ouvintes que não dominam a língua de sinais não conseguem se comunicar.

Qualidades do Intérprete
O intérprete de líbras precisa ter:
a) flexibilidade;
b) objetividade;
c) autodisciplina;
d) atitude profissional
e) pontualidade e senso de responsabilidade.

É importante lembrar para aqueles que ainda têm dúvidas sobre a gramática de libras que o que é denominado de palavras ou item lexical nas línguas orais-auditivas, são denominados sinais nas línguas de sinais. O sinal é formado a partir da combinação do movimento das mãos com um determinado formato em um determinado lugar, podendo este lugar ser uma parte do corpo ou um espaço em frente ao corpo. Estas articulações das mãos, que podem ser comparadas aos fonemas e as vezes aos morfemas, são chamadas de parâmetros.
Nas línguas de sinais podem ser encontratados os seguintes parâmetros:
  • Configuração das Mãos (CM): são formas das mãos, que podem ser da datilologia (alfabeto manual) ou outras formas feitas pela mão predominante (mão direita para destros e esquerda para os canhotos) no momento inicial do sinal. Alguns sinais também podem ser representados pelas duas mãos.
  • Ponto de Articulação (PA): é o lugar onde incide a mão configurada para execução do sinal. O ponto de articulação pode ser alguma parte do corpo ou o sinal poderá ser realizado num espaço neutro vertical (ao lado do corpo) ou espaço neutro horizontal (na frente do corpo).
  • Movimento (M): os sinais podem ter um movimento ou não. Movimento é a deslocação da mão no espaço na execução do sinal.
  • Orientação (O): os sinais podem ter uma direção e a a inversão desta  pode significar ideia de oposição contrário ou concordância.
  • Expressão facial e/ou corporal (EF/C): muitos sinais precisam de um complemento facial e até corporal para fazer com que sejam compreendidos. A expressão facial são as feições feitas pelo rosto para dar vida e entendimento ao sinal executado. Há sinais feitos somente com bochecha. 
Bibliografia
O Tradutor e Intérprete de Língua Brasileira de Sinais e Língua Portuguesa; Programa Nacional de Apoio à Educação de Surdos - Brasília: MEC; SEESP, 2004.
Livro Ilustrado de Língua Brasileira de Sinais; São Paulo: Ciranda Cultural, 2009.
Respostas das provas de Concursos anteriores.