Google imagem bebê com implante coclear |
O implante coclear é uma cirurgia feita há mais ou menos 20 anos no Brasil e consiste na implantação de um equipamento eletrônico computadorizado que substitui totalmente o ouvido de pessoas que têm surdez profunda. Assim, o implante é que estimula diretamente o nervo auditivo através de pequenos eletrodos que são colocados na orelha interna, dentro da cóclea. O nervo leva esses sinais para o cérebro. Funciona como um ouvido biônico. As primeiras pesquisas com implante coclear começaram na França em 1957 e no início da década de 70 e foram usadas clinicamente nos Estados Unidos. É um aparelho muito sofisticado que foi uma das maiores conquistas da engenharia ligada à medicina. Já existem mais de 20 mil pessoas no mundo que são implantadas. Um processador semelhante a um microfone em miniatura detecta as frequências componentes dos sons de entrada e as envia para o local apropriado na membrana basilar, por fios minúsculos. O implante coclear tem causado muito interesse e polêmica entre a comunidade surda, pois seus resultados muitas vezes não são os desejados e trata-se de uma cirurgia irreversível, ou seja, a orelha operada nunca mais poderá receber nenhum outro tipo de amplificação caso a cirurgia não tenha sido um sucesso. A indicação do implante coclear é feita para os casos de perda auditiva profunda bilateral e quando o uso de AASI não funciona proporcionou bons resultados. A diferença entre o implante Coclear e o a AASI é que o primeiro é um estimulador elétrico, ele fará o papel de toda a orelha. Já o AASI é um amplificador de sons. Após uma avaliação médica, os candidatos são aqueles que se enquadram basicamente nos seguintes critérios:
Crianças
- Surdez Neurossensorial profunda bilateral ("surdez do nervo");
- Idade de 18 meses ou mais;
- Pouco ou nenhum benefício com o uso de AASI após seis meses de uso;
- Sem contraindicação médica;
- Motivação e expectativas familiares apropriadas e realistas;
- Necessário acompanhemento fonoaudiológico.
Adultos (com suredez pós-lingual)
- Surdez severa ou profunda em ambos os ouvidos;
- Surdez adquirida após aprendizado de linguagem oral;
- Benefício limitado de aparelhos acústicos bem adaptados e um resultado de menos de 30% de reconhecimento de sentenças testadas com aparelho de audição;
- Sem contraindicação médica;
- Motivação e expectativa adequadas.
Adultos (com surdez pré-lingual)
- Surdez severa ou profunda em ambos os ouvidos adquirida antes de aprnder a falar;
- Surdez adquirida antes do aprendizado de linguagem oral;
- Benefício limitado de aparelhos acústicos de audição bem adaptados e um resultado de menos de 30% de reconhecimento de sentenças testadas com aparelho de audição;
- Sem contraindicação médica;
- Motivação e expectativa realistas.
O implante coclear é uma nova tecnologia a serviço das pessoas que apresentam uma perda profunda de audição, mas é importante saber que:
- nem todos são candidatos a esta tecnologia;
- seu uso depende do uso do aparelho e de uma antena externa;
- após a cirurgia se faz necessário muito tempo de terapia fonoaudiológica;
- a cirurgia mais o aparelho do transplante custam em média cinquenta mil e as filas no Sistema Único de Saúde (SUS) são imensas. (Esclarecendo as Deficiências).
Meu nome é Maiara Marques, tenho 30 anos e sou mãe de uma linda garotinha, Sarah, que nasceu com surdez profunda bilateral. Ao descobrirmos a surdez ficamos sem chão... Enfim, para quem recorrer? Mas isso durou apenas algumas horas. Então, fomos à luta!
Buscamos saber sobre surdez, aparelho, cirurgia, Libras, escola... Foi quando descobrimos o implante coclear em um site. Mas, até chegarmos ao implante, fomos lhe ensinando Libras, comecei a ler, comprar livros para que eu pudesse aprender para passar a ela. Com 1 ano e 10 meses, minha filha falava em sua língua materna, a Libras, e fazia uso do aparelho de amplificação sonora individual (AASI), mas sem ganho. Foi aí que pesquisamos bastante sobre o implante coclear, procuramos outras pessoas que haviam feito, mas em minha cidade, ela foi a primeira a realizar tal cirurgia. Buscamos então o Hospital das Clínicas em São Paulo, onde começaram a ser realizados vários tipos de exames, consultas, testes, até o dia 8 junho de 2005, às 16 h, quando foi realizada a cirurgia. Horas de angustia e ansiedade, mas também de alegria por termos conseguido algo de bom para ela. Chegou o grande dia de ligar os equipamentos externos: 12 de agosto de 2005. Ao entrarmos na sala, a ansiedade tomava conta de nós, queríamos saber qual seria a reação de nossa princesa ao ouvir pela promeira vez... A emoção foi grande quando o implante foi ativado, lembro-me como se fosse hoje: ela olhou pra mim, para o meu esposo, e começamos a chorar. Naquele dia fizemos testes o dia todo - assobio, palmas, rádio e o tão esperado: a chamamos pelo seu nome: Sarah. Então, ela nos olhou e deu um sorriso. A alegria que sentimos naquele momento só estava começando, assim como minha luta para incluí-la em uma escola regular. Tenho um blog www.mayarinhamarques.blogspot.com no qual há matérias onde os pais podem tirar suas dúvidas, assim como eu meu esposo tivemos. (Ciranda da Inclusão).
Referências:
HONORA, Márcia; FRIZANCO, Mary Lopes Esteves. Ciranda da Inclusão: Esclarecendo as Deficiências, São Paulo, Ciranda Cultural, 2009.
Revisata Ciranda da Inclusão, 2010.
Importado apenas para leitura.