"Compartilhando Experiências: Superando Desafios e Ampliando Horizontes"

Neste espaço, pode-se escrever as experiências boas e ruins como uma forma de compartilhar nossas dificuldades ao trabalharmos em um país onde as leis e decretos frequentemente não passam do papel. Quando criei este blog, meu objetivo era desabafar a frustração que sentia ao ver tantos alunos em Goiânia sem intérpretes de Libras devido ao descaso do governo. No entanto, logo percebi que poderia ir além e comecei a publicar textos de pessoas que nem conhecia, mas que gostei de ler. Acreditei que compartilhar esse material seria útil para outras pessoas em suas pesquisas. Surpreendentemente, meu blog teve um acesso significativo em pouco tempo, considerando que foi criado em abril de 2011. Gostaria de expressar meu agradecimento a todos que têm visitado este blog. Espero ter ajudado e contribuído de alguma forma. Se você tiver um texto para compartilhar, envie-me, pois eu o postarei, o que também será uma ajuda para mim. E-mail: regisneia@gmail.com

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quarta-feira, 20 de abril de 2011

Deficiência Visual (DV)


Google Imagens
                                                                       
È considerada deficiente visual a pessoa que "apresenta acuidade visual igual ou menor que 20/200 no melhor olho, após a melhor correção, ou campo visual inferior a 20° (de acordo com a tabela de Snellen).
Serão devidos em dois grandes grupos devido às diferenças entre eles: baixa visão (conhecida também como visão subnormal) e cegueira. Segundo o Conselho de Oftalmologia, estima-se que no Brasil há 4 milhões de pessoas que apresentam uma deficiência visual que seria um percentual de 25% ou seja (1 milhão).
Aluno com baixa visão: No âmbito educacional, o aluno com baixa visão é aquele que tem visão útil para propósitos da sala de aula, mas que precisará de auxílio óptico (óculos, lupa, lentes, entre outros) e ampliações para ler e escrever. Sua acuidade visual está entre 0,05(20/400) e 0,3 (6/18 ou 20/70) no melhor do olho com melhor correção óptica possível do ponto de vista médioco oftalmológico.
Aluno com cegueira: Trata-se de um aluno que, além de outros recursos especiais, necessita do sistema Braille para aprender a ler e escrever.
Acuidade visual: Refere-se a uma medida da capacidade de distinguir claramente os mínimos detalhes.
Campo visual: É toda informação visual que se recebe simultaneamente (180°). Dividi-se em: quadrante naso-superior, quadrante naso-inferior, quadrante têmporo-superior e quadrante têmporo-inferior. Pode-se dividir o enorme círculo do campo visual em dois círculos concêntricos de forma a denominá-los: Visão Central, Visão periférica.
Sensibilidade ao contraste: A diferença entre o claro e escuro nos objetos observados.
Adaptação visual: Quando o sistema visual adapta-se as diferentes condições de iluminação.
Visão binocular: Resulta da coordenação de imagens percebidas simultaneamente dos dois olhos.
Funções óculo-motoras: Responsáveis por controlar a posição e os movimentos dos olhos e do olhar.
Visão de cores: É a capacidade de perceber diferentes mudanças de cores.

O MECANISMO DA VISÃO
Os raios luminosos atravessam à córnea, o cristalino, o humor aquoso e o humor vítreo e atingem a retina. O mecanismo da visão pode ser mais bem entendido, se compararmos o globo ocular a uma câmara fotográfica: o cristalino seria a objetiva; a Íris, o diafragma, e a retina seria a placa ou película. Desta maneira os raios luminosos, ao penetrarem na córnea e no humor aquoso, passando pela pupila, chegam ao cristalino, que leva a imagem mais para trás ou para frente, permitindo que ela se projete sobre a retina.

ETIOLOGIA DAS DIVERSAS PATOLOGIAS QUE LEVAM À BAIXA VISÃO OU A CEGUEIRA
1.    Infecciosas:
Toxoplasmose congênita (coriorretinite macular), ou seja, pontos cegos na mácula;
Rubéola (catarata congênita);
Sífilis congênita (coriorretinite e atrofia óptica);
Citomegalovírus (catarata congênita) é o mesmo vírus do herpes.

2.    Genéticas: (hereditárias e cromossômicas)
Glaucoma é o conjunto de enfermidades que têm em comum o aumento da pressão ocular, a perda do campo visual e a atrofia do nervo óptico.
Distrofias da retina;
Albinismo;
Alta miopia com degeneração retiniana;
Retinose pigmentar;
Nistagmo congênito familiar;
Amaurose congênita de Leber (afeta mais os homens);
Síndromes: Marfan (alto astigmatismo), Marcus Gunn, Alcardi, etc.
3.    Outras:
Atrofia óptica (comum em crianças Paralisia Cerebral), pode ocorrer devido à diminuição ou falta de oxigênio na hora do parto ou por outras patologias, levando a morte das fibras do nervo óptico e não há tratamento.
Malformações congênitas oculares,
Colobomas;
Retinopatia da prematuridade;
Retinoblastoma.

PRINCIPAIS PATOLOGIAS
Atrofia óptica (foi citado acima);
Retinopatia da Prematuridade: alta concentração de oxigênio provoca vasoconstrição, impedindo a irrigação de retina, podendo provocar a formação de pregas retinianas, massa fibrosa ou cicatricial, retração da retina ou deslocamento de retina total ou parcial. A causa pode ser decorrente da imaturidade de retina por baixa idade gestacional, e/ou alta dose de oxigênio na incubadora. O tratamento pode ser cirúrgico, mas tem pouco sucesso do ponto de vista funcional, melhor seria estimular o resíduo visual.
Glaucoma congênito: a forma mais comum de glaucoma é conhecida como glaucoma primário de ângulo aberto. Nesta condição, o nervo óptico é danificado lentamente e o paciente perde a visão de forma gradual. Tratamento é medicamentoso e/ou cirúrgico.
Catarata congênita é a deficiência da passagem da luz através do olho, devido à opacidade do cristalino. Pode ser causado por anomalia no desenvolvimento, fator hereditário, embrionárias infecciosas, parasitárias, tóxicas ou por irradiação. O tratamento é cirúrgico.

AVALIAÇÃO FUNCIONAL DA VISÃO 
O professor deve procurar saber, ao receber o aluno com deficiência visual em sua sala de aula, é desde quando a deficiência acontece. Essa informação dá pistas do conhecimento de mundo que o aluno com baixa visão ou cegueira se apropriou. Saber se a perda de visão foi gradual ou súbita e a forma como ocorreu o problema também é de suma importância. Outros fatores importantes a considerar para entender melhor o aluno com deficiência visual são: associação (ou não) com outras deficiências, aspectos hereditários, aspectos ambientais e tratamentos recebidos. Descobrir como a família consegue lidar com essa criança, ou com a deficiência do filho, também é um aspecto de alta relevância.

RECURSOS ÓPTICOS E NÃO-ÓPTICOS
            A pessoa com baixa visão necessita da magnificação como meio pra perceber melhor o mundo em que vive.
Trazer o objeto para mais perto dos olhos;
Aumentar o tamanho do objeto a ser percebido (utilização de recursos não-ópticos);
Aumentar opticamente a imagem do objeto por meio de lentes (utilização de recurso óptico).
1)    Recursos ópticos para longe:
Manual: geralmente monocular, podem ser usados sobre os óculos ou lentes de contato.
2)    Recursos ópticos para perto:
a)    Óculos: bifocais ou monofocais.
b)    Lupas Manuais
c)    Lupas de apoio
d)    Sistemas telemicroscópicos
e)    Recursos eletrônicos

RECURSOS NÃO-ÓPTICO
Os recursos não-ópticos são aqueles que melhoram a função visual sem auxílio de lentes ou promovem a melhoria das condições ambientais ou posturais para a realização das tarefas, segundo K. José.  São eles: iluminação, contraste, ampliação e acessórios.

ORIENTAÇÃO AO PROFESSOR
A seguir, algumas orientações para professor que recebe um aluno com deficiência visual.
Diga o nome do aluno com deficiência visual sempre que desejar a sua participação;
Informe-o se precisar ausentar ou se alguém é visita na sala de aula;
Informe-o sobre as coisas que acontecem, antecipando a ação;
Quando escrever na lousa, leia em voz alta e dê tempo suficiente para que ele tome nota com sua reglete ou pulsão ou máquina de escrever;
Ofereça opções em relevo a faça o aluno observar pelo tato sempre que for utilizar modelos, objetos mapas. Caso não disponha desse material adaptado, descreva oralmente com maior clareza possível;
Não se esqueça que a escrita em Braille é mais lenta que a escrita convencional;
O melhor lugar para o aluno com deficiência visual sentar, é no meio e no centro da sala, com iluminação adequada;
Faça ampliações à mão ou no computador para o aluno que fazem uso de lupas manuais e lentes de aumento;
Forneça o maior número de informações verbais possíveis;
Faça com que o aluno com deficiência visual seja participativo, ativo e integrado;
Faça com que a turma apresente ao aluno deficiente visual, normalmente, em voz alta, e aos poucos, para que ele possa conhecer todos os colegas. Em alguns casos, pode ser interessante o aluno com deficiência visual tocar no rosto ou nos cabelos dos amigos para melhor conhecê-los;
Não o superproteja, ajude-o, mas não lhe dê as soluções. Passe essa informação par as demais crianças das salas de aula também;
Ofereça-lhe o cotovelo e caminhe sempre meio passo a sua frente quando for guiar o aluno;
Ao guiar o aluno por uma passagem estreita, onde cabe só uma pessoa, coloque o braço (cotovelo) para trás e ele se posicionará atrás de você.
Dê uma volta completa mostrando toda a sala com os móveis, lousa, porta, janelas e todas as referências que puder.
Mostre ao aluno os diferentes pisos e seus locais. Dê uma especial atenção a escadas, inclinações, rampas, degraus, mezaninos, etc.;
Utilize como recurso para o aprendizado da matemática para alunos com deficiência visual o sorobã, ou ábaco.

TESTE DE SNELLEN
No quadro de Snellen as menores letras legíveis a uma distância de 6 metros (20 pés x 30,48 cm) por uma pessoa com a visual perfeita, são da linha 20. A acuidade visual por sua vez é representada como uma fração,  sendo o numerador (topo da fração), à distância em que você está e o denominador (parte de baixo de fração), a distância máxima legível do quadro. Assim se a 20 pés, você pode ler as letras da linha "40", isto significa que você tem acuidade visual de 20/40, ou melhor: 1/2 do normal. Se a 10 pés, as letras menores que você puder ler estiverem na linha "40", isto lhe dará uma acuidade de 10/40: 1/4 do normal. Portanto, para uma pessoa míope, a visão tenderá ao normal o quanto mais próximo ela se colocar do quadro.
Importante: Você pode fixar o quadro de Snellen a uma distância de 3 metros, porém a esta distância a linha normalmente legível, será aquela marcada como a linha 10 e todas as medidas deverão ser convertidas Ex: Onde eram 20 pés agora serão 10 pés, onde eram 10 agora são 5.
Diagnóstico implica reconhecer a característica mudanças no disco óptico com um oftalmoscópio, e de medição da acuidade visual, usualmente com um olho gráfico. Campo visual teste pode testar visão periférica, não há tratamento conhecido para a neuropatia óptica hereditária de Leber. Tratamento de outras causas de atrofia óptica varia dependendo da doença subjacente. Prognóstico para o visual melhora na neuropatia óptica hereditária de Leber é pobre, com a taxa específica altamente dependente da mutação do DNA mitocondrial, que está presente. Se a causa de substâncias tóxicas ou de deficiência nutricional neuropatia óptica pode ser encontrada e tratada precocemente, como parar de fumar e tomar vitaminas do tabaco-álcool ambliopia, visão geral volta a quase normal durante vários meses. No entanto, é muitas vezes a perda visual permanente nos casos de longa tóxicos ou deficiência nutricional neuropatia óptica. A detecção precoce de inflamações ou outros problemas diminui a chance de desenvolvimento de atrofia óptica. No entanto, alguns médicos recomendam que os pacientes tomem vitamina C, vitamina E, coenzima Q10, ou de outros antioxidantes, e que evitem o uso de tabaco ou álcool.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS



SILVA, Maria Eugênia Teixeira, Apostila de pós-graduação. CEBRAV, Goiânia, 2010.