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Qual o papel do Intérprete?
Realizar a interpretação da língua falada para a língua sinalizada e vice-versa observando os seguintes preceitos éticos:
a) confiabilidade (sigilo profissional);
b) imparcialidade (o intérprete deve ser neutro e não interferir com opiniões próprias);
c) discrição (o intérprete deve estabelecer limites no seu envolvimento durante a atuação).
d) distância profissional ( o profissional intérprete e sua vida pessoal são separados);
e) fidelidade (a interpretação deve ser fiel, o intérprete não pode alterar a informação por querer ajudar ou ter opiniões a respeito de algum assunto, o objetivo da interpretação é passar o que realmente foi dito).
O que acontece quando há carência de profissionais intérpretes?
Quando há carência de intérpretes de língua de sinais, a interação entre surdos e pessoas que desconhecem a língua de sinais fica prejudicada. As implicações disso são, pelo menos as seguintes:
a) os surdos não participam de vários tipos de atividades (sociais, educacionais, culturais e políticas);
b) os surdos não conseguem avançar em termos educacionais;
c) os surdos ficam desmotivados a participarem de encontros reuniões, etc.
d) os surdos não têm acesso às discussões e informações veiculadas na língua falada sendo, portanto, excluído da interação social, cultural e política sem direito ao exercício de sua cidadania;
e) os surdos não se fazem "ouvir";
f) os ouvintes que não dominam a língua de sinais não conseguem se comunicar.
Qualidades do Intérprete
O intérprete de líbras precisa ter:
a) flexibilidade;
b) objetividade;
c) autodisciplina;
d) atitude profissional
e) pontualidade e senso de responsabilidade.
É importante lembrar para aqueles que ainda têm dúvidas sobre a gramática de libras que o que é denominado de palavras ou item lexical nas línguas orais-auditivas, são denominados sinais nas línguas de sinais. O sinal é formado a partir da combinação do movimento das mãos com um determinado formato em um determinado lugar, podendo este lugar ser uma parte do corpo ou um espaço em frente ao corpo. Estas articulações das mãos, que podem ser comparadas aos fonemas e as vezes aos morfemas, são chamadas de parâmetros.
Nas línguas de sinais podem ser encontratados os seguintes parâmetros:
- Configuração das Mãos (CM): são formas das mãos, que podem ser da datilologia (alfabeto manual) ou outras formas feitas pela mão predominante (mão direita para destros e esquerda para os canhotos) no momento inicial do sinal. Alguns sinais também podem ser representados pelas duas mãos.
- Ponto de Articulação (PA): é o lugar onde incide a mão configurada para execução do sinal. O ponto de articulação pode ser alguma parte do corpo ou o sinal poderá ser realizado num espaço neutro vertical (ao lado do corpo) ou espaço neutro horizontal (na frente do corpo).
- Movimento (M): os sinais podem ter um movimento ou não. Movimento é a deslocação da mão no espaço na execução do sinal.
- Orientação (O): os sinais podem ter uma direção e a a inversão desta pode significar ideia de oposição contrário ou concordância.
- Expressão facial e/ou corporal (EF/C): muitos sinais precisam de um complemento facial e até corporal para fazer com que sejam compreendidos. A expressão facial são as feições feitas pelo rosto para dar vida e entendimento ao sinal executado. Há sinais feitos somente com bochecha.
O Tradutor e Intérprete de Língua Brasileira de Sinais e Língua Portuguesa; Programa Nacional de Apoio à Educação de Surdos - Brasília: MEC; SEESP, 2004.
Livro Ilustrado de Língua Brasileira de Sinais; São Paulo: Ciranda Cultural, 2009.
Respostas das provas de Concursos anteriores.